O bom pastor e os seminaristas

Celebremos a alegria de Jesus, o Bom Pastor, conhecendo os paroquianos que decidiram seguir suas vocações religiosas

Por Ana Carolina Ronchi – agencuakharis.com.br

O próximo domingo, 3 de maio, propõe duas celebrações importantes para a nossa Igreja. A primeira delas é um momento de reflexão sobre a figura do Cristo, aquele que é o Bom Pastor, que protege e zela as suas ovelhas. A segunda é o marco do 57º Dia Mundial de Oração pelas Vocações.

Somos convidados diariamente a orar por aqueles que decidiram seguir o seu chamado para a vocação religiosa – como os padres, bispos, freiras, etc. O próprio papa Francisco, ao assumir seu ministério pediu (e ainda hoje pede) para que não nos esqueçamos de rezar por ele.

Este fim de semana então nos traz o convite de olhar com mais atenção àqueles que se destinam a guiar o rebanho de Cristo, mas também de interceder por aqueles que se preparam para, no futuro, serem nossos novos pastores.

Temos a alegria de em nossa paróquia poder visualizar vários casos de jovens que decidiram se dedicar completamente à Cristo. O jovem Franco Vitti, por exemplo, atualmente encontra-se no Seminário do Instituto do Verbo Encarnado em, São Paulo.

Quem também passa por terras paulistas nessa caminhada rumo à vocação é Filipo Carpi Girão. O jovem, que está no estágio de aspirantado para o ingresso na Ordem dos Frades Menores conta como decidiu seguir seu chamado:

“Meu processo de discernimento vocacional começou quando eu tinha uns 18 anos, no período do vestibular. Por orientação da minha família fui fazer faculdade e mestrado. Estava trabalhando há algum tempo como professor e saí para decididamente entrar para a vida religiosa. Para o ingresso no seminário fiz acompanhamento de um ano e meio no Convento da Penha”, pontua Filipo Carpi Girão.

Filipo Carpi Girão

Sabemos que pelo Brasil conseguimos encontrar uma variedade de seminários e ordens, mas é com muita alegria que em nosso estado também conseguimos formar sacerdotes – graças ao Seminário Nossa Senhora da Penha, em Vitória. E é nele que estão outros três jovens que saíram de nossa paróquia para viver a vida religiosa.

Vitor César Zille Noronha, que está no 4ª anos de Teologia (dos oito anos do processo formativo) conta que mudou para Vila Velha em 2001, aos 13 anos. Ele e a família começaram a participar da Comunidade Santo Antônio e puderam acompanhar de perto a transição que a paróquia passou – deixando de fazer parte da Paróquia Nossa Senhora do Rosário para formar uma nova paróquia com as três comunidades que hoje conhecemos. Vitor foi paroquiano até o ano de 2013, quando ingressou no Propedêutico (primeiro ano da caminhada vocacional do Seminário).

“Senti o chamado vocacional ao terminar a faculdade. Na verdade, foi um processo. Desde novo participava da Igreja. Sempre estive mais próximo da dimensão caritativa, especialmente na Pastoral do Menor. Assim, minha vocação brotou na vivência junto aos movimentos e pastorais sociais. Me apaixonei por aquilo que faz Jesus, o Bom Pastor, aquele que vai ao encontro de quem mais necessita. A partir daí senti a necessidade de consagração à vida presbiteral como um chamado. O meu “sim” foi dado mais especificamente quando pela Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese presenciei uma rebelião em uma cadeia. Na época, ao visualizar o corpo ensanguentado e morto de um jovem fiz uma profunda experiência do Cristo Crucificado. Dali em diante, percebi que minha vocação é, impulsionado pelo Ressuscitado, retirar os crucificados da cruz dos nossos tempos”, ressalta Vitor César Zille Noronha.

Vitor César Zille Noronha

Quem também aceitou o chamado de Cristo e hoje encontra-se no Seminário Nossa Senhora da Penha é Arthur Henrique Silva Varanda. Atualmente no 3º ano de Filosofia (4º ano de formação) o jovem conta como decidiu seguir sua vocação:

“Foi um processo natural e gradativo. Não houve um momento específico onde eu pensei: ‘vou ser padre’. Conforme eu me aprofundava sobre Deus, sobre a Igreja e no servir, a vida que até então eu havia planejado (ser médico e constituir uma família) parecia não me satisfazer mais. Junto com a oração, na vida em comunidade e com a ajuda de diretores espirituais, fui percebendo que Deus queria algo diferente para mim. Só consigo explicar como foi esse chamado de uma forma: eu possuía uma enorme inquietação dentro de mim, busquei em muitos caminhos encontrar algo que desse sentido a tudo. Quando encontrei a minha vocação, tudo ficou em paz. É apenas isso. Um dia eu resolvi amar Deus e Ele me fez entender que me amava há mais tempo que eu. Houve uma luta desigual e Ele venceu. O restante foi acontecendo. Está acontecendo. Vai acontecer”, conclui Arthur Henrique Silva Varanda.

Arthur Henrique Silva Varanda

Por fim temos ainda a história de Pedro Nunes Gouveia. Mineiro de nascimento, chegou no Espírito Santo com um ano de idade e desde essa época passou a participar da paróquia. Sobre sua vocação ele ressalta:

“Em casa minhas brincadeiras eram quase todas relacionadas à Igreja. Brincava de celebrar ‘Missas’, desenhava roupas de padre, fazia procissões e tapetes que tomavam conta dos cômodos de toda a casa. Naturalmente, sempre tive interesse nos assuntos da fé – fato que já causara estranheza para muitos. Ainda novo participei ativamente da Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro auxiliando na liturgia, cantando e organizando coroações. Tive a graça de ser um dos primeiros coroinhas da comunidade e a de formar e coordenar esta pastoral em nossa paróquia. Durante a adolescência, o anseio pelo Altar e o zelo pelas coisas sagradas despertou em mim o desejo do sacerdócio. Mesmo que sem ter a consciência plena de tal mistério, passei a empenhar-me para que no tempo determinado pudesse ingressar na trilha desta vocação. Ao terminar o Ensino Médio, voltei para Minas e completei meus estudos. Ali percebi claramente que a resposta ao chamado de Deus em minha vida se daria no sacerdócio. Depois de terminar meus estudos, ingressei no Seminário Nossa Senhora da Penha, da Arquidiocese de Vitória, e atualmente me encontro muito feliz, no primeiro ano de Filosofia. Mesmo no início do processo e, desejando ardentemente que se aproximem os dias que viverei minha vocação, aguardo com paciência e diligência os períodos necessários da formação, confiando na fidelidade da Divina Providência em minha vida”, finaliza Pedro Nunes Gouveia.

Pedro Nunes Gouveia

Certos de que estes jovens serão em um futuro não muito distante nossos pastores, que possamos nos manter em oração por cada um deles. Que Maria Santíssima, que aqui no estado é homenageada como padroeira e tem a graça de também nomear o seminário interceda por suas vidas e ministérios.

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