“É um sinal de salvação, refúgio nos perigos, aliança de paz e pacto para sempre.”
Facilmente encontrado no pescoço de muitos católicos, o Escapulário é muito mais que um acessório. Entretanto, nem todos sabem como surgiu a devoção a esse ícone. A devoção à Virgem do Carmo remonta ao Monte Carmelo, onde o profeta Elias viveu em solidão, como ermitão, em torno do ano de 850 AC. Ele enfrenta o rei Acab, anunciando a praga da seca e caminha para o deserto, onde é alimentado por Deus com pão e carne ( Rs 17,4-6). Sempre se retirava na solidão, seu alimento era o que a natureza oferecia e partilhava com os pobres esses alimentos. Inspirados pelos testemunhos de Elias e em seu modo de viver, um grupo de homens vindos de várias partes da Europa foi ao Monte Carmelo para entregar suas vidas ao Senhor, passando a se chamar Carmelitas. Entre 1206 e 1214 AC, Santo Alberto redigiu a regra da Ordem do Carmo para esses Carmelitas, aprovada pelo Papa Inocêncio IV em 1247. Essa Ordem e seus seguidores foram expulsos para Europa e lá passaram por grandes dificuldades.
No dia 16 de julho de 1251, quando rezava no convento de Cambridge, Inglaterra, S. Simão Stock, superior geral da Ordem, pediu a Nossa Senhora um sinal de sua proteção que fosse invisível a seus inimigos. Comovida pelas súplicas, Nossa Senhora lhe enviou do céu o santo Escapulário, dizendo: “Recebe, filho diletíssimo, o Escapulário de tua Ordem, sinal de minha confraternidade, privilégio para ti e para todos os Carmelitas. Todos os que morrerem revestidos deste Escapulário não padecerão no fogo do inferno. É um sinal de salvação, refúgio nos perigos, aliança de paz e pacto para sempre”.
A partir dessa misericordiosa intervenção da Mãe de Deus. o Escapulário passou a ser sinal da aliança de Nossa Senhora com os Carmelitas e com toda a humanidade. Setenta anos mais tarde, Nossa Senhora apareceu ao Papa João XXII e lhe fez nova promessa, considerada como complemento da primeira: “Eu, como Mãe dos Carmelitas, descerei ao purgatório no primeiro sábado depois de sua morte e os livrarei e os conduzirei ao Monte Santo da vida eterna”.